Confira a entrevista com o engenheiro ambiental Rafael Coelho Ciciliato
Hoje o campo da pesquisa está bem avançado na área ambiental, com diversas soluções viáveis economicamente e ambientalmente corretas. Entretanto, os órgãos fiscalizadores (IAP, CETESB, INEA, etc) fiscalizam muito pouco, e muitos empreendimentos funcionam sem licenças ambientais e com licenças vencidas. O rigor na fiscalização deve ser maior, e consequentemente surgirá mais demanda de serviços na nossa área?. A observação é de Rafael Coelho Ciciliato, engenheiro ambiental e mestrando em Engenharia Ambiental pela UTFPR de Londrina. Atualmente, Ciciliato trabalha como analista ambiental na empresa Master Ambiental.
Confira a entrevista realizada com o engenheiro ambiental Rafael:
APEAM ? Para iniciar, conte-nos um pouco de sua trajetória profissional como engenheiro ambiental.
Rafael – Durante a fase acadêmica, participei por quatro anos consecutivos das atividades de Iniciação Científica, sendo dois anos na linha de pesquisa de Tratamento Biológico de Efluentes e dois anos na linha de pesquisa de Tratamento Eletroquímico de Efluentes. Fui monitor de duas disciplinas, Fenômenos de Transporte e Física III. Estagiei por seis meses em uma empresa de Geoprocessamento e um ano e meio em Consultoria Ambiental.
APEAM ? O que lhe motivou a fazer o curso de Engenharia Ambiental?
Rafael – Antes de cursar a graduação, cursei concomitante com o Ensino Médio o Técnico em Meio Ambiente. Meu pai é Engenheiro Agrônomo e sempre me passou os ensinamentos de seu curso, seja em conversa quanto praticamente em sua propriedade rural. Além desses fatores, eu sempre gostei da área ambiental aliada a matemática, e justamente no ano que conclui o ensino médio, abriu a graduação na UTFPR-LD, que com sucesso fui aprovado, hoje formado, e atualmente cursando o Mestrado Acadêmico em Engenharia Ambiental.
APEAM ? Qual sua área de atuação?
Rafael – Já atuei em todas as áreas aqui na Master Ambiental, sendo elas: Licenciamento Ambiental, Resíduos, Recursos Hídricos, Poluição Atmosférica e Passivo Ambiental. Atualmente trabalho na parte de Infraestruturas, principalmente rodovias, seja em seu licenciamento que é bem complexo, envolvendo EIA/RIMA, RAP, PCA, Programas Ambientais, e também na parte da Gestão Ambiental das Rodovias, que consiste em seu monitoramento mensal com geração de relatórios de desempenho ambiental das obras.
APEAM – Quais foram as maiores dificuldades encontradas no mercado de trabalho?
Rafael – Principalmente na conquista do primeiro emprego, pois apesar de ser um curso promissor, ainda tem poucas vagas disponíveis. Quando estamos empregados, a todo o momento senti a necessidade de estudar mais para conseguir realizar com sucesso as atividades no trabalho.
APEAM – A Engenharia Ambiental é relativamente nova no mercado de trabalho brasileiro e também, dentre as demais engenharias, a que mais tem potencial de crescimento. O que você acha que está faltando para que este fato seja concretizado?
Rafael – Hoje o campo da pesquisa está bem avançado na área ambiental, com diversas soluções viáveis economicamente e ambientalmente corretas. Entretanto, os órgãos fiscalizadores (IAP, CETESB, INEA, etc) fiscalizam muito pouco, e muitos empreendimentos funcionam sem licenças ambientais e com licenças vencidas. O rigor na fiscalização deve ser maior e, consequentemente, surgirá mais demanda de serviços na nossa área.
APEAM – Na sua opinião, qual a importância da APEAM para o fortalecimento da categoria?
Rafael ? Importante, pois a união dos profissionais faz a força da classe e, consequentemente, conquistas. Uma andorinha não faz verão.
APEAM: Para finalizar, qual recado você gostaria de deixar aos futuros Engenheiros Ambientais?
Rafael – Que estudem bastante na universidade, para que possam sair mais preparados para o mercado de trabalho. Busquem sempre estágios, atividades acadêmicas, feiras, excursões, etc. E sempre acreditem na nossa profissão.
Entrevista com Flavia Deboni
Falta uma visão, por parte das empresas, de que cuidar da área ambiental muitas vezes também significa ganhar lá na frente.?
Falta fiscalização ambiental efetiva por parte dos órgãos ambientais, fazendo com que as empresas e municípios passem a se preocupar mais com o assunto e investir mais nessa área?, enfatiza a engenheira ambiental Flavia Deboni em entrevista por email à APEAM. Para ela, falta ainda uma visão, por parte das empresas, de que cuidar da área ambiental muitas vezes também significa ganhar lá na frente, evitando multas, reduzindo a utilização de recursos naturais, reduzindo também a geração de resíduos, emissões, e efluentes, ou seja, diminuindo seus custos.
Confira a entrevista realizada com a engenheira ambiental Flavia Deboni:
APEAM: Para iniciar, conte-nos um pouco de sua trajetória profissional como engenheira ambiental.
Flavia: Atuei como estagiária na HAZTEC TECNOLOGIA E PLANEJAMENTO na investigação geoambiental em refinarias da Petrobrás e auxiliei na avaliação de risco à saúde humana em áreas industriais e segmento de petróleo e gás. Também fui estagiária na CAMARGO CORRÊA e atuei na gestão ambiental da obra da Linha Verde ? eixo metropolitano de Curitiba.
APEAM: O que lhe motivou a fazer o curso de Engenharia Ambiental?
Flavia: O que me motivou foi meu interesse por assuntos relacionados ao meio ambiente e por ser um curso de engenharia.
APEAM: Qual sua área de atuação?
Flavia: Atuo na área de licenciamento ambiental, principalmente no licenciamento de atividades relacionadas a resíduos sólidos (aterros sanitário e industrias, áreas de transbordo, compostagem, barracões de triagem, sistemas de tratamento de resíduos) e atividades industriais. Avalio processos de licenciamento ambiental e participo na elaboração de resoluções e portarias estaduais sobre o tema.
APEAM: Quais foram as maiores dificuldades encontradas no mercado de trabalho?
Flavia: Falta de comprometimento e preocupação com as questões ambientais, por parte das empresas e municípios. Outra dificuldade encontrada é a falta de qualificação técnica dos profissionais, que muitas vezes nem são da área ambiental.
APEAM: A Engenharia Ambiental é relativamente nova no mercado de trabalho brasileiro e também, dentre as demais engenharias, a que mais tem potencial de crescimento. O que você acha que está faltando para que este fato seja concretizado?
Flavia: Falta ainda a fiscalização ambiental efetiva por parte dos órgãos ambientais, fazendo com que as empresas e municípios passem a se preocupar mais com o assunto e investir mais nessa área. Também falta uma visão, por parte das empresas, de que cuidar da área ambiental muitas vezes também significa ganhar lá na frente, evitando multas, reduzindo a utilização de recursos naturais, reduzindo também a geração de resíduos, emissões, e efluentes, ou seja, diminuindo seus custos.
APEAM: Na sua opinião, qual a importância da APEAM para o fortalecimento da categoria?
Flavia: A APEAM é fundamental nesse processo, defendendo a categoria e impedindo que profissionais que não sejam da área ambiental e não possuam as devidas qualificações consigam atuar, de forma a prejudicar o próprio setor ambiental e quem contrata seus serviços. No IAP vemos muitos profissionais desqualificados prestando serviço e prejudicando a aprovação e execução de projetos.
APEAM: Para finalizar, qual recado você gostaria de deixar aos futuros Engenheiros Ambientais?
Flavia: Que se esforcem e busquem sempre aprender, já que a Engenharia ambiental possui uma ampla área de atuação.
ACEAMB é homologada como entidade de classe profissional junto ao Sistema CONFEA/CREA
A Associação Catarinense de Engenharia Ambiental (ACEAMB) é a mais nova entidade de classe profissional de Engenharia Ambiental no Sistema CONFEA/CREA, aprovada pelo plenário do CONFEA na última quarta-feira, dia 24/09/2014.
Para o presidente da nova Gestão 2014-2016 da ACEAMB e Gerente de Atribuições Profissionais da ANEAM, Eng. Guilherme S. Meller a homologação é um avanço muito grande para a categoria no estado de Santa Catarina. ?Vínhamos buscando o registro desde 2012 e após algumas adequações conseguimos o registro da entidade. A partir do registro poderemos firmar parcerias com o Crea-SC para promoção de cursos e palestras, além de termos um conselheiro regional no plenário do Crea, onde poderá analisar e julgar processos de infrações à Legislação e ao Código de Ética Profissional; apreciar e julgar pedidos de extensão de atribuição profissional além de averiguar ARTs onde possa estar ocorrendo exorbitância de atribuição?, afirmou.
A Diretoria da ACEAMB gostaria de agradecer ainda à ASCEA, APEAM e ANEAM, bem como ao Diretor Regional da Inspetoria do Crea de Criciúma Ingo Dalpont Wernck e o Eng. Civil e de Seg. Trabalho Carlos Alberto Kita Xavier pelo apoio técnico despendido para sanar as dúvidas no registro.
Fonte: ACEAMB
Entrevista com a perita e engenheira ambiental Angela Andreassa
"A perícia ambiental criminal consiste no levantamento dos vestígios em locais de crimes contra o meio ambiente e é fundamental na elucidação dos processos ambientais. Realizo exames periciais em locais de incêndio, acidentes de trabalho, desabamentos, desmoronamentos, explosões e crimes ambientais. Dentre os locais de crimes ambientais mais atendidos pela Seção na qual trabalho estão os de desmatamento, maus tratos a animais, depósito de resíduos e poluição em geral?, destaca Angela Andreassa, engenheira ambiental e especialista em Engenharia de Campo (Saúde, Meio Ambiente e Segurança) e em Segurança Pública com ênfase em Perícia Criminal. Atualmente, Angela atua como perita criminal na Polícia Científica do Paraná.
Confira a entrevista.
APEAM – Para iniciar, conte-nos um pouco de sua trajetória profissional como engenheira ambiental.
Angela – Trabalhei como Analista Ambiental na empresa Haztec Tecnologia e Planejamento Ambiental S.A., na qual elaborava propostas técnicas na área ambiental e coordenava equipes na realização de investigação, monitoramento e remediação ambiental em áreas contaminadas.
APEAM – O que lhe motivou a fazer o curso de Engenharia Ambiental?
Angela – Escolhi fazer Engenharia Ambiental, pois visualizei no curso a possibilidade de conciliar a área de exatas com o meio ambiente, buscando desenvolver tecnologias e processos que pudessem minimizar e/ou remediar os impactos ambientais das atividades antrópicas.
APEAM – Qual sua área de atuação?
Angela – Sou Perita Criminal da Polícia Científica do Estado do Paraná e atualmente trabalho na Seção de Engenharia Legal, na qual realizo exames periciais em locais de incêndio, acidentes de trabalho, desabamentos, desmoronamentos, explosões e crimes ambientais. Dentre os locais de crimes ambientais mais atendidos pela Seção na qual trabalho estão os de desmatamento, maus tratos a animais, depósito de resíduos e poluição em geral. De acordo com o Código de Processo Penal, cabe ao perito criminal realizar exame de corpo de delito e elaborar o laudo pericial de toda infração que deixar vestígios. Neste contexto está inserida a perícia ambiental criminal, a qual consiste no levantamento dos vestígios em locais de crimes contra o meio ambiente, é fundamental na elucidação dos processos ambientais e tem sido cada vez mais demandada pelo Ministério Público, Delegacias de Polícia e Magistrados.
APEAM – Quais foram as maiores dificuldades encontradas no mercado de trabalho?
Angela – Atualmente a maior dificuldade do Engenheiro Ambiental no mercado de trabalho é a concorrência com diversos profissionais de outras áreas. Infelizmente, pela falta de conhecimento das atribuições do Engenheiro Ambiental, muitas empresas e/ou órgãos públicos optam por contratar profissionais de cursos mais antigos e renomados.
APEAM – A Engenharia Ambiental é relativamente nova no mercado de trabalho brasileiro e também, dentre as demais engenharias, a que mais tem potencial de crescimento. O que você acha que está faltando para que este fato seja concretizado?
Angela – Acredito que para a Engenharia Ambiental atingir o crescimento esperado é necessário divulgar ainda mais as atribuições e a importância desta profissão. A divulgação citada anteriormente não se resume apenas naquela realizada pelas entidades representativas, mas sim na realizada pelos próprios Engenheiros Ambientais, através da execução de um excelente trabalho em todos os ramos do mercado em que atuem.
APEAM – Na sua opinião, qual a importância da APEAM para o fortalecimento da categoria?
Angela – A APEAM é fundamental para o fortalecimento da categoria, pois se tornou o melhor canal para comunicação dos anseios e conquistas da classe, unindo-nos e nos motivando sempre. Além disso, trabalha arduamente para a divulgação da profissão e luta pelas atribuições dos Engenheiros Ambientais.
APEAM – Para finalizar, qual recado você gostaria de deixar aos futuros Engenheiros Ambientais?
Angela – No início do curso de Engenharia Ambiental já é possível perceber que a área ambiental é bastante ampla, desafiadora e nada rotineira. Nosso curso não possui tempo hábil de aprofundar-se em todas as subdivisões desta área, por isso procurem fazer vários estágios, cursos de aprofundamento, especializações, além de buscar o conhecimento por meio de pesquisas próprias diante de cada novo desafio.
Confira a entrevista com Michael Mannich
O papel da APEAM é fundamental no reconhecimento e estabelecimento de direitos profissionais do engenheiro ambiental?
O curso de engenharia ambiental é difícil, a formação é ampla e multidisciplinar, e o mercado ainda é parcialmente receptivo. À medida que os primeiros Engenheiros Ambientais alcancem posições de gerência, chefias e tomada de decisão nas empresas privadas e órgãos públicos o reconhecimento da sociedade e do mercado irá se consolidar?
A observação é de Michael Mannich, que, além de ser formado pela UFPR e ter mestrado e doutorado em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental, é atualmente professor do curso de graduação em Engenharia Ambiental da UFPR. Confira a seguir a entrevista.
APEAM – Para iniciar, conte-nos um pouco de sua trajetória profissional como engenheiro ambiental.
Michael – Fui pesquisador no Lactec/CEHPAR entre 2008 e 2009, professor na UTP entre 2008 e 2009, professor na UTFPR entre 2010 e 2014, e no início desse ano ingressei como professor do curso de Engenharia Ambiental da UFPR.
APEAM – O que lhe motivou a fazer o curso de Engenharia Ambiental?
Michael – O perfil do profissional, especialmente daquele formado pela UFPR. Uma sólida base de física, química e matemática fornecem os conhecimentos fundamentais para solução dos problemas de engenharia ambiental. Diferente de outras áreas técnicas, mais antigas e clássicas, o Engenheiro Ambiental se depara continuamente com novos problemas. Por isso a formação é sólida na base e não na técnica, permitindo que o profissional encontre novas soluções e não apenas aplique soluções já consolidadas.
APEAM – Qual sua área de atuação?
Michael – Como qualquer Engenheiro Ambiental minha área de atuação é bastante ampla, novamente graças à excelente formação. Especializei-me em mecânica dos fluidos ambiental, modelagem e qualidade da água, aplicados a lagos (reservatórios) e rios.
APEAM – Quais foram as maiores dificuldades encontradas no mercado de trabalho?
Michael – O mercado é conservador, preconceituoso, protecionista e até mesmo invejoso. Na verdade ele é assim porque os indivíduos agem desta forma. É conservador por ser um curso relativamente novo e na dúvida o empregador contrata o profissional "tradicional" que sempre resolveu (bem ou mal) os seus problemas. É preconceituoso, na mesma linha de raciocínio.
É protecionista, pois todos são testemunhas do enorme esforço da APEAM na busca de reconhecimento e voz e muitos já experimentaram as dificuldades para reconhecimento de atribuições profissionais.
Este é o preço que pagamos pelo pioneirismo e pela nossa qualidade. Destaco também de forma mais provocativa a inveja. A Engenharia Ambiental é um curso fantástico, certamente muitos profissionais lamentam não ter tido a oportunidade de tê-lo cursado.
APEAM – A Engenharia Ambiental é relativamente nova no mercado de trabalho brasileiro e também, dentre as demais engenharias, a que mais tem potencial de crescimento. O que você acha que está faltando para que este fato seja concretizado?
Michael – Eu acho que os empregadores precisam ser menos conservadores e que o Engenheiro Ambiental precisa de reconhecimento maior perante o CREA. Neste contexto, a APEAM tem papel fundamental nesta transformação e busca por espaço. Acho também que a Universidade está muito distante neste diálogo e precisa se aproximar mais. Infelizmente, sob pena de sobrecarregar ainda mais as atividades dos docentes.
Paralelamente também acho que este é um processo natural. À medida que os primeiros Engenheiros Ambientais alcancem posições de gerência, chefias e tomada de decisão nas empresas privadas e órgãos públicos o reconhecimento da sociedade e do mercado irá se consolidar. Eu particularmente estou ansioso por isso.
APEAM – Na sua opinião, qual a importância da APEAM para o fortalecimento da categoria?
Michael – É fundamental. A busca pelo espaço no mercado e no CREA é uma necessidade e um direito. Isso só pode ser alcançado por meio de pessoas unidas em busca de um interesse comum.
A APEAM abriga estes indivíduos, lhes dá estrutura e uma camisa para vestir nesta luta. A APEAM representa os Engenheiros Ambientais e fortalece sua voz. Portanto, reforço que o papel da APEAM é fundamental neste processo de transformação, reconhecimento e estabelecimento de direitos profissionais do engenheiro ambiental.
APEAM – Para finalizar, qual recado você gostaria de deixar aos futuros Engenheiros Ambientais?
Michael – Para meus alunos e todos os alunos de Engenharia Ambiental eu peço paciência e calma. O curso é difícil, a formação é ampla e multidisciplinar, e o mercado ainda parcialmente receptivo. Para os Engenheiros Ambientais formados eu desejo sucesso. Também peço que sempre honrem seus votos de formatura, que sejam honestos, justos, sérios e dedicados. Quero que se sintam orgulhosos e que compartilhem um espírito motivador com nossos jovens Engenheiros Ambientais.
Peço que abram as portas para estes aprendizes e que estreitem os laços com a Universidade. Peço que sejam equilibrados em suas análises ambientais. Eu não gosto dos rótulos extremos que caracterizam os posicionamentos técnicos como "eco-chatos" ou "desenvolvimentista". Sejam equilibrados e apliquem o real significado de sustentabilidade, que é distinto daquele que leigos balbuciam em nebulosas e presunçosas frases poéticas e desconexas como esta. Também peço paciência e que vistam a camisa da APEAM, pois um grupo unido e homogêneo tem muita força.
Mercado de trabalho exige profissionais com alto nível de conhecimento técnico
Buscando mostrar as diversas oportunidades da área de Engenharia Ambiental, entrevistamos o engenheiro ambiental Gustavo Sampaio, formado na UFPR, que possui diversos cursos de pós-graduação, dentre os quais Sistemas Minero-Metalúrgicos, Engenharia de Segurança do Trabalho, MBA em Gestão Negócios Sustentáveis, Gerenciamento de Projetos, e atualmente cursa mestrado profissional em Uso Sustentável de Recursos Naturais em Regiões Tropicais.
Atualmente Sampaio é Analista Ambiental Master na Vale S/A, e anteriormente passou por diversas outras empresas conhecidas nacionalmente. ?O mercado de trabalho exige profissionais com alto nível de conhecimento técnico, capacidade de resolução de problemas e dedicação. É importante que essas três habilidades sejam desenvolvidas durante o período da graduação em atividades dentro ou fora da sala de aula?, ressalta.
Confira a entrevista realizada com o engenheiro ambiental Gustavo:
APEAM – Para iniciar, conte-nos um pouco de sua trajetória profissional como engenheiro ambiental.Gustavo – Iniciei minha carreira em 2006 como Trainee na mineradora Companhia Vale do Rio Doce (atual Vale) como responsável pela Gestão de Recursos Hídricos, Qualidade do Ar e Emissões Atmosféricas no Complexo de Ponta da Madeira em São Luís (MA). Em 2008 fui para a mineradora anglo-australiana Rio Tinto em Corumbá (MS) onde atuei como responsável técnico pelo Monitoramento Ambiental e licenciamento Meio Físico do Projeto de Expansão da Mina e Sistema Logístico e operações da mina de ferro e do terminal portuário. No Rio de Janeiro a partir de 2009, fui responsável pelo desenvolvimento de soluções em segurança do trabalho e proteção ao meio ambiente na distribuidora de combustíveis Ipiranga. Atuei também como responsável corporativo pelos processos de sustentabilidade ambiental da empresa, incluindo gestão estratégica de carbono e consolidação e reporte de indicadores ambientais de sustentabilidade. Desde 2012 trabalho na área de Emissões Atmosféricas, Ruído e Vibração Ambiental da mineradora Vale.
APEAM – O que lhe motivou a fazer o curso de Engenharia Ambiental?Gustavo – A Engenharia Ambiental é um curso moderno e multidisciplinar com base sólida na engenharia e interfaces com ciências naturais, da terra e até sociais. Além disso, a atuação com foco na minimização, mitigação e compensação de impactos ambientais é um desafio grande e motivador.
APEAM – Qual sua área de atuação?
Gustavo – Trabalho na área corporativa de meio ambiente da Vale, na Gerência de Tecnologia Ambiental. Atuo na área de Emissões Atmosféricas, Ruído e Vibração Ambiental. Participo de projetos relacionados ao controle de emissões atmosféricas e monitoramento ambiental em empreendimentos de exploração, beneficiamento e transporte de minério de ferro, carvão e ferroligas. Também desempenho atividades de apoio corporativo, como consolidação de indicadores de desempenho ambiental, elaboração de documentos normativos e realização de treinamentos.
APEAM – Quais foram as maiores dificuldades encontradas no mercado de trabalho?
Gustavo – A transição do mundo acadêmico para o mercado de trabalho não foi fácil pois muitas empresas optam por contratar profissionais com alguma experiência prévia. Nesta situação, optei por ingressar em uma empresa que valoriza os novos profissionais com oportunidades de treinamento e desenvolvimento de carreira.
APEAM – A Engenharia Ambiental é relativamente nova no mercado de trabalho brasileiro e também, dentre as demais engenharias, a que mais tem potencial de crescimento. O que você acha que está faltando para que este fato seja concretizado?
Gustavo – Acredito que a consolidação do Engenheiro Ambiental no mercado de trabalho depende agora do desempenho dos profissionais já formados. Os diferenciais do Engenheiro Ambiental frente aos demais profissionais da área devem ser reconhecidos pelas empresas, que darão preferência aos Engenheiros Ambientais quando convencidos da versatilidade e refinada capacidade técnica da nossa profissão.
APEAM – Na sua opinião, qual a importância da APEAM para o fortalecimento da categoria?
Gustavo – Outro ponto importante na conquista do mercado de trabalho pela Engenharia Ambiental é a divulgação da profissão e o fortalecimento da categoria frente a órgãos de classe e empresas de referência em setores importantes da indústria brasileira. Este é um papel que pode ser desempenhado pela APEAM, que representa os Engenheiros Ambientais e pode estabelecer esses vínculos institucionais.
APEAM – Para finalizar, qual recado você gostaria de deixar aos futuros Engenheiros Ambientais?
Gustavo – O mercado de trabalho exige profissionais com alto nível de conhecimento técnico, capacidade de resolução de problemas e dedicação. Portanto, é importante que essas três habilidades sejam desenvolvidas durante o período da graduação em atividades dentro ou fora da sala de aula. Recomendo o envolvimento do aluno em atividades como Centro Acadêmico, Empresa Júnior, Iniciação Científica e/ou estágios externos para se prepararem melhor para os desafios rofissionais que enfrentarão.
Mercado de trabalho: A engenharia ambiental já deixou de ser a profissão do futuro, ela é profissão do presente
A Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais ? APEAM tem como objetivos valorizar, fortalecer e integrar a classe dos profissionais de Engenharia Ambiental do Paraná. Nesse sentido, buscando mostrar as diversas oportunidades da área de Engenharia Ambiental, entrevistamos a engenheira ambiental Carolina de Paula Furlan, formada na UFPR, e com mestrado em Hydroinformatics and Water Management (EuroAquae ? programa Erasmus Mundus).
Furlan, atualmente ocupando o cargo de Engenheira de Projetos na Suez Environnement ? Lyonnaise des Eaux (França) pensa que a engenharia ambiental já deixou de ser a profissão do futuro, ela é profissão do presente. ?É preciso também entender que o engenheiro ambiental não ‘rouba’ o trabalho de outra profissão. São novos problemas que surgiram com a evolução da sociedade e que os engenheiros ambientais devem resolver propondo novas soluções?, disse.
Abaixo segue a entrevista realizada com a engenheira ambiental Carolina:
APEAM: Para iniciar, conte-nos um pouco de sua trajetória profissional como engenheira ambiental.
Carolina: Trabalhei na empresa de consultoria VPC/Brasil em Curitiba-PR durante dois anos após a formatura. Nessa empresa tive a oportunidade de participar em projetos de urbanismo (Planos Diretores) e coordenar Estudos de Impacto Ambiental. Fiz um mestrado que me permitiu viver em três países diferentes: Espanha (Barcelona), Inglaterra (Newcastle upon Tyne) e na França (Nice e Paris). Nesse mestrado a mobilidade do estudante é obrigatória (Programa Erasmus Mundus). Após o término do mestrado, a empresa onde eu fiz estágio me ofereceu uma vaga para um projeto de drenagem urbana com pilotagem dinâmica. Aceitei a proposta e estou até hoje trabalhando nessa empresa. Faz cinco anos que estou morando na França e trabalhando na Suez Environnement.
APEAM: O que lhe motivou a fazer o curso de Engenharia Ambiental?
Carolina: Na época do vestibular eu estava em dúvida entre arquitetura e engenharia ambiental. Foi durante uma palestra do professor Eduardo Gobbi no cursinho, onde ele mostrou o Estudo de Impacto Ambiental da ponte-túnel que liga a Dinamarca e a Suécia, que eu me apaixonei pelo assunto. Nesse dia eu tive a certeza que eu queria participar de projetos que iriam fazer uma diferença no mundo, uma diferença pra melhor.
APEAM: Qual sua área de atuação?
Carolina: Manutenção e gestão de redes de esgoto. Como a França é um país onde o saneamento básico já é bem desenvolvido, a problemática aqui não é a implantação de redes, mas sim a gestão destas. A função das redes de esgoto é o transporte de líquidos, sólidos e gases até o tratamento. Para isso, a rede precisa estar em boas condições. E é a manutenção e a gestão das redes de esgoto que determinam as boas condições de “trabalho” das mesmas.
APEAM: Quais foram as maiores dificuldades encontradas no mercado de trabalho?
Carolina: Preciso dizer que tive muita sorte na minha vida profissional e nunca encontrei grandes dificuldades no meu caminho. Antes da formatura eu já tinha uma proposta de trabalho na empresa onde fiz estágio e o mesmo se repetiu após meu mestrado. No entanto, sei que o dia que eu quiser retornar ao Brasil terei que enfrentar uma grande questão que já é debatida hoje: o engenheiro ambiental pode ou não trabalhar com saneamento? Muitas vezes essa área de atuação é creditada ao engenheiro civil ou ao engenheiro sanistarista.
APEAM: A Engenharia Ambiental é relativamente nova no mercado de trabalho brasileiro e também, dentre as demais engenharias, a que mais tem potencial de crescimento. O que você acha que está faltando para que este fato seja concretizado?
Carolina: Acredito que, como todas as novas profissões, a engenharia ambiental precisa de tempo. Claro que só o tempo não resolve o problema. É com a atuação e competência de engenheiros ambientais no mercado que a categoria vai se impor e mostrar o porquê foi criada. É preciso também entender que o engenheiro ambiental não “rouba” o trabalho de outra profissão. São novos problemas que surgiram com a evolução da sociedade e que os engenheiros ambientais devem resolver propondo novas soluções.
APEAM: Na sua opinião, qual a importância da APEAM para o fortalecimento da categoria?
Carolina: A APEAM é importantíssima! É através da APEAM que os engenheiros ambientais podem se unir, debater questões em comum e encontrar nela o suporte necessário para o crescimento da profissão. Ela é a imagem e a representação de todos os engenheiros ambientais no mercado de trabalho.
APEAM: Para finalizar, qual recado você gostaria de deixar aos futuros Engenheiros Ambientais?
Carolina: A engenharia ambiental já deixou de ser a profissão do futuro, ela é profissão do presente! Mãos à obra que trabalho é o que não falta.
Código de Ética Profissional – Sistema CONFEA/CREA
O atual Código de Ética Profissional adotado pelo Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia (CONFEA) está disposto na Resolução Nº1.002, de 26 de novembro de 2002.
No código de ética, entre outras informações relevantes, são apresentados os sete princípios éticos, a saber:
1. Do objetivo da profissão: A profissão é bem social da humanidade e o profissional é o agente capaz de exercê-la, tendo como objetivos maiores a preservação e o desenvolvimento harmônico do ser humano, de seu ambiente e de seus valores;
2. Da natureza da profissão: A profissão é bem cultural da humanidade construído permanentemente pelos conhecimentos técnicos e científicos e pela criação artística, manifestando-se pela prática tecnológica, colocado a serviço da melhoria da qualidade de vida do homem;
3. Da honradez da profissão :A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna e cidadã;
4. Da eficácia profissional :A profissão realiza-se pelo cumprimento responsável e competente dos compromissos profissionais, munindo-se de técnicas adequadas, assegurando os resultados propostos e a qualidade satisfatória nos serviços e produtos e observando a segurança nos seus procedimentos;
5. Do relacionamento profissional :A profissão é praticada através do relacionamento honesto, justo e com espírito progressista dos profissionais para com os gestores, ordenadores, destinatários, beneficiários e colaboradores de seus serviços, com igualdade de tratamento entre os profissionais e com lealdade na competição;
6. Da intervenção profissional sobre o meio: A profissão é exercida com base nos preceitos do desenvolvimento sustentável na intervenção sobre os ambientes natural e construído e da incolumidade das pessoas, de seus bens e de seus valores;
7. Da liberdade e segurança profissionais: A profissão é de livre exercício aos qualificados, sendo a segurança de sua prática de interesse coletivo.
Maiores informações, assim como o texto integral do Código de Ética Profissional, podem ser encontrados nos materiais relacionados abaixo:
8ª edição que Código de Ética Profissional ? considera a saída dos profissionais da Arquitetura e Urbanismo do Sistema CONFEA/CREA
Comissões de ética e entidades de classe
História do Código de Ética Profissional
Fontes: CONFEA e CREA/PR
ATP Engenharia abre vagas para engenheiros
A ATP Engenharia Ltda, empresa atuante há mais de 20 anos na área de consultoria, anunciou que está com vagas abertas para os cargos de Engenheiro Sênior de Saneamento (2) e Engenheiro Sênior de Pavimentação (2).
Engenheiro Sênior de Saneamento
De acordo com a empresa, esta vaga será preenchida por profissional formado em engenharia civil ou ambiental com mais de 8 anos de experiência em elaboração de estudos de concepção, projetos básicos e executivos na área de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Além disso, é necessário conhecimentos em informática básica (Office), AutoCAD ou Microstation, Project (desejável), cursos específicos na área de dimensionamento de redes de água (EPANET) e esgotos (CESG), ou similares. As vagas são para atuação em Recife (PE) e Guiné (África).
Engenheiro Sênior de Pavimentação
Já esta vaga será preenchida por profissionais formados em engenharia civil com mais de 8 anos de experiência em elaboração de estudos de concepção, projetos básicos e executivos na área de pavimentação e geotecnia. Ainda, é necessário conhecimentos em informática básica (Office), AutoCAD ou Microstation (desejável) e Project (desejável). Os contratados atuarão em Recife (PE) e São Paulo (SP).
Como se candidatar
O salário para todas as vagas são a combinar. Interessados devem enviar e-mail para selecao@atp.eng.br.
Fonte: Portal MundoGEO
Entrevista com a engenheira ambiental e mestre em Gestão Urbana Daniele Costacurta Gasparin
A Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais ? APEAM vem buscando valorizar, fortalecer e integrar a classe dos profissionais de Engenharia Ambiental do Paraná. Pretendendo mostrar os desafios e oportunidades da nossa área, entrevistamos a engenheira ambiental e mestre em Gestão Urbana Daniele Costacurta Gasparin.
Gasparin, atual diretora de Programas e Projetos Ambientais da Prefeitura de Colombo, diz que a ausência de informações sobre as competências do Engenheiro Ambiental ocasiona perda de espaço no mercado de trabalho. "Perdemos muito espaço no mercado do trabalho, concorrendo com outras profissões mais antigas", ressaltou.
Além de desenvolver programas e projetos na área de meio ambiente, Gasparin analisa aspectos ambientais na implantação de empreendimentos industriais e imobiliários no município; apoia na elaboração de políticas públicas na área de meio ambiente e de Pareceres técnicos; oferece suporte técnico nas ações do Ministério Público e participa dos Conselhos Municipais de Meio Ambiente e Turismo; da Câmara Técnica da APA do Iraí; e do Conselho Técnico do Consórcio Intermunicipal para a Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos da RMC.
Abaixo segue a entrevista realizada com a engenheira ambiental:
APEAM – Quais foram as maiores dificuldades encontradas no mercado de trabalho?
Daniela – Acredito que a principal carência está na ausência de informações sobre as competências do Engenheiro Ambiental, com isso perdemos muito espaço no mercado do trabalho concorrendo com outras profissões mais antigas.
APEAM – A Engenharia Ambiental é relativamente nova no mercado de trabalho brasileiro e também, dentre as demais engenharias, a que mais tem potencial de crescimento. O que você acha que esta faltando para que este fato seja concretizado?
Daniela – Mais informação e divulgação sobre a nossa profissão, valorizando o nicho de mercado que podemos atuar, deixando muito claro quais são nossas atribuições e no que podemos contribuir enquanto profissionais da engenharia.
APEAM – Qual a importância da APEAM para o fortalecimento da categoria?
Daniela – No fortalecimento e valorização da categoria, na luta pelos nossos direitos de profissionais.
APEAM – Para finalizar, qual recado você gostaria de deixar aos futuros Engenheiros Ambientais?
Daniela – Entendo a Engenharia Ambiental como uma nova engenharia, que promete trazer muitas soluções para o equilíbrio ambiental x social x econômico, portanto nosso compromisso com a vida é ainda mais sério, somos profissionais de Meio Ambiente!