Hoje o campo da pesquisa está bem avançado na área ambiental, com diversas soluções viáveis economicamente e ambientalmente corretas. Entretanto, os órgãos fiscalizadores (IAP, CETESB, INEA, etc) fiscalizam muito pouco, e muitos empreendimentos funcionam sem licenças ambientais e com licenças vencidas. O rigor na fiscalização deve ser maior, e consequentemente surgirá mais demanda de serviços na nossa área?. A observação é de Rafael Coelho Ciciliato, engenheiro ambiental e mestrando em Engenharia Ambiental pela UTFPR de Londrina. Atualmente, Ciciliato trabalha como analista ambiental na empresa Master Ambiental.
Confira a entrevista realizada com o engenheiro ambiental Rafael:
APEAM ? Para iniciar, conte-nos um pouco de sua trajetória profissional como engenheiro ambiental.
Rafael – Durante a fase acadêmica, participei por quatro anos consecutivos das atividades de Iniciação Científica, sendo dois anos na linha de pesquisa de Tratamento Biológico de Efluentes e dois anos na linha de pesquisa de Tratamento Eletroquímico de Efluentes. Fui monitor de duas disciplinas, Fenômenos de Transporte e Física III. Estagiei por seis meses em uma empresa de Geoprocessamento e um ano e meio em Consultoria Ambiental.
APEAM ? O que lhe motivou a fazer o curso de Engenharia Ambiental?
Rafael – Antes de cursar a graduação, cursei concomitante com o Ensino Médio o Técnico em Meio Ambiente. Meu pai é Engenheiro Agrônomo e sempre me passou os ensinamentos de seu curso, seja em conversa quanto praticamente em sua propriedade rural. Além desses fatores, eu sempre gostei da área ambiental aliada a matemática, e justamente no ano que conclui o ensino médio, abriu a graduação na UTFPR-LD, que com sucesso fui aprovado, hoje formado, e atualmente cursando o Mestrado Acadêmico em Engenharia Ambiental.
APEAM ? Qual sua área de atuação?
Rafael – Já atuei em todas as áreas aqui na Master Ambiental, sendo elas: Licenciamento Ambiental, Resíduos, Recursos Hídricos, Poluição Atmosférica e Passivo Ambiental. Atualmente trabalho na parte de Infraestruturas, principalmente rodovias, seja em seu licenciamento que é bem complexo, envolvendo EIA/RIMA, RAP, PCA, Programas Ambientais, e também na parte da Gestão Ambiental das Rodovias, que consiste em seu monitoramento mensal com geração de relatórios de desempenho ambiental das obras.
APEAM – Quais foram as maiores dificuldades encontradas no mercado de trabalho?
Rafael – Principalmente na conquista do primeiro emprego, pois apesar de ser um curso promissor, ainda tem poucas vagas disponíveis. Quando estamos empregados, a todo o momento senti a necessidade de estudar mais para conseguir realizar com sucesso as atividades no trabalho.
APEAM – A Engenharia Ambiental é relativamente nova no mercado de trabalho brasileiro e também, dentre as demais engenharias, a que mais tem potencial de crescimento. O que você acha que está faltando para que este fato seja concretizado?
Rafael – Hoje o campo da pesquisa está bem avançado na área ambiental, com diversas soluções viáveis economicamente e ambientalmente corretas. Entretanto, os órgãos fiscalizadores (IAP, CETESB, INEA, etc) fiscalizam muito pouco, e muitos empreendimentos funcionam sem licenças ambientais e com licenças vencidas. O rigor na fiscalização deve ser maior e, consequentemente, surgirá mais demanda de serviços na nossa área.
APEAM – Na sua opinião, qual a importância da APEAM para o fortalecimento da categoria?
Rafael ? Importante, pois a união dos profissionais faz a força da classe e, consequentemente, conquistas. Uma andorinha não faz verão.
APEAM: Para finalizar, qual recado você gostaria de deixar aos futuros Engenheiros Ambientais?
Rafael – Que estudem bastante na universidade, para que possam sair mais preparados para o mercado de trabalho. Busquem sempre estágios, atividades acadêmicas, feiras, excursões, etc. E sempre acreditem na nossa profissão.