“Priorizem na vida profissional e pessoal os princípios éticos e os valores morais. Não esqueçam que o engenheiro ambiental trabalha com equipes multidisciplinares e, sob esta perspectiva, além da sua aptidão e competência na engenharia, busquem conhecimento em outras áreas, como na economia, política, biologia e, principalmente, no direito ambiental” destaca Marcelo Lentini Ribas, graduado em engenharia ambiental pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), e atualmente Coordenador de Projetos na STCP Engenharia de Projetos.
APEAM – O que lhe motivou a fazer o curso de Engenharia Ambiental?
Marcelo – Não me recordo o evento que me motivou a optar pela Engenharia Ambiental, à época do vestibular. Somos demasiadamente imaturos aos 17 anos de vida para tomar a decisão da profissão que desejamos seguir. Hoje, agradeço imensamente por ter escolhido a Engenharia Ambiental.
APEAM – Qual sua área de atuação?
Marcelo – Atualmente, sou Coordenador de Projetos na STCP Engenharia de Projetos, onde trabalho há pouco mais de seis anos. Na STCP, tenho adquirido experiência em avaliações de impactos ambientais, vinculadas aos processos de licenciamento ambiental de empreendimentos industriais e rurais. Também atuo com o gerenciamento de resíduos sólidos e análises de qualidade de águas.
APEAM – Quais foram as maiores dificuldades encontradas no mercado de trabalho?
Marcelo – Felizmente e com muita sorte, antes mesmo da colação de grau, eu já estava contratado pela STCP. Entretanto, quero deixar uma mensagem aos estudantes: é importante fazer estágio, mas não se preocupem em estagiar em ‘’milhões’’ de empresas e órgãos públicos, porque as empresas que abrem oportunidades para recém-formados buscam o seu perfil profissional, e não, grandes experiências profissionais. Em outras palavras, as empresas têm buscado por profissionais éticos, sinceros, comprometidos e comunicativos.
APEAM – A Engenharia Ambiental é relativamente nova no mercado de trabalho brasileiro e também, dentre as demais engenharias, a que mais tem potencial de crescimento. O que você acha que está faltando para que este fato seja concretizado?
Marcelo – Acredito que a engenharia ambiental já está consolidada no mercado de trabalho, mesmo que ainda haja um enorme potencial para crescimento. Costumo dizer aos amigos ‘’O engenheiro ambiental é igual paranista. Não se encontra aos montes, mas sempre tem um aonde for’’. E digo isso, pois tem sido comum encontrar engenheiros ambientais na grande maioria das empresas para as quais tenho trabalhado.
Indubitável é que o espaço do engenheiro ambiental no mercado de trabalho tem crescido nos últimos anos, com destaque na área de saneamento básico. O engenheiro ambiental tem atuado significativamente e com muita competência no abastecimento de água, no esgotamento sanitário, na limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos urbanos e industriais.
Como resultado, vagas têm sido abertas não apenas no setor privado, mas também no público, embora o mercado esteja extremamente seletivo. Exemplos de oportunidades no setor público são os frequentes concursos para engenheiro ambiental abertos por empresas de economia mista como a Petrobrás, Sanepar, Copel, Infraero, entre outras.
De forma semelhante, temos tido oportunidades no setor privado, isto é, na indústria, em construtoras, em empresas de consultoria e gerenciamento ambiental, em escritórios de engenharia, na área acadêmica etc.
APEAM – Na sua opinião, qual a importância da APEAM para o fortalecimento da categoria?
Marcelo – Um dos fatores para o fortalecimento da categoria é aumentar a nossa influência no CREA-PR. É bem verdade que não é um fácil iniciar o processo de reconhecimento de qualquer ‘’nova’’ profissão, sobretudo obter um prestígio em seu conselho de classe. Diante desse quadro, a APEAM tem atuado intensamente em favor do engenheiro ambiental junto ao CREA, com destaque aos engenheiros ambientais Helder Nocko e Renato Muzzolon Junior, que lideraram o início desse processo e hoje nos representam lá dentro.
APEAM – Para finalizar, qual recado você gostaria de deixar aos futuros Engenheiros Ambientais?
Marcelo – Em primeiro lugar, priorizem na vida profissional e pessoal os princípios éticos e os valores morais. Não esqueçam que o engenheiro ambiental trabalha com equipes multidisciplinares e, sob esta perspectiva, além da sua aptidão e competência na engenharia, busquem conhecimento em outras áreas, como na economia, política, biologia e, principalmente, no direito ambiental.
Outro ponto: embora calcular derivadas e integrais estimule o raciocínio lógico matemático, e isso é incondicionalmente importante, posso afirmar a vocês que elas pouco servirão nas suas vidas profissionais, salvo casos especiais.
Por esta razão, dediquem-se em matérias aplicadas à prática profissional, tais como: tratamento de efluentes domésticos e industriais; abastecimento de água; monitoramento e controle de emissões atmosféricas; avaliação de impactos ambientais; gerenciamento de resíduos sólidos, entre outras correlatas.
Por fim, aos que desejam se especializar em uma área específica, existe uma escassez no mercado de trabalho por profissionais especialistas em análise de riscos ambientais. Sem dúvidas, é uma oportunidade para ser diferenciado no mercado.